Fala galera, tudo tranquilo?
Mais uma vez estamos aqui para bater um papo sobre as dúvida mais comuns dos concurseiros.
Essa semana recebi uma dúvida muito bacana aqui no site de um concurseiro que queria conciliar os estudos para os cargos de técnico judiciário e analista judiciário - área judiciária no concurso do TRT 11.
Sem dúvida, essa é uma dúvida bem recorrente e eu mesmo já tive essa dúvida em alguns concursos.
Não proponho uma receita de bolo tampouco um simples sim ou não. Quero levantar alguns pontos para que você mesmo decida se compensa ou não estudar para dois cargos ao mesmo tempo. Vamos lá?
A primeira grande questão é: "Quais são as matérias comuns entre os cargos? São muitas ou poucas?"
Essa, ao meu ver, é uma questão crucial. Caso os cargos tenham disciplinas muito divergentes, sou totalmente contra o estudo concomitante. A razão é bem simples: é impossível você chegar bem preparado para as duas provas.
Vamos imaginar, por exemplo, o estudo para o cargo de Auditor Fiscal do Trabalho e o cargo de Conselheiro Substituto de um Tribunal de Contas do Estado. Se você olhar o conteúdo vai ver que existem matérias comuns entre os cargos, afinal, os dois concursos têm um conteúdo programático muito extenso. Entretanto, apesar de algumas semelhanças, as matérias essenciais dos dois cargos são totalmente diferentes. Para AFT, você vai ter que dominar bem saúde e segurança do trabalho, direito do trabalho e direitos humanos. No caso de conselheiro substituto, você tem que ser verdadeiro ninja de Contabilidade Pública e Administração Financeira e Orçamentária.
Em resumo, se é difícil fechar um edital de AFT com 15-20 disciplinas imagina o tempo necessário para dominar 25-30 disciplinas para fechar o conteúdo dos dois editais. Você estará dificultando sua aprovação, concorda?
![](https://static.wixstatic.com/media/3dae505ea1d7d6a6c08d90db701c1655.jpg/v1/fill/w_800,h_791,al_c,q_85,enc_auto/3dae505ea1d7d6a6c08d90db701c1655.jpg)
A segunda grande questão trata da sua estratégia para aprovação. No caso da dúvida do nosso amigo concurseiro sobre a possibilidade de conciliar os estudo de técnico e analista judiciário no concurso do TRT11, destaquei duas situações diferentes para decidir qual melhor estratégia para buscar uma aprovação:
Situação 1 "Marcelo, o cargo de técnico já seria interessante para mim, pois poderia depois estudar com mais tranquilidade para outro concurso. Além disso, tenho bastante tempo disponível para estudar atualmente".
Essa é a situação ideal para quem quer fazer os dois cargos. O tempo disponível para estudo é uma variável importantíssima a ser considerada na decisão de estudar para mais de um cargo.
Se sua situação for como a descrita na Situação 1, vai fundo nos dois cargos e dedica uma boa carga estudos nas matérias básicas (peso maior para técnico no concurso do TRT11)
Situação 2 "Marcelo, o cargo de técnico melhoraria um pouco minha carreira, mas não de forma significativa. Disponho de 3 horas, em média, de estudo por dia."
Nesse caso, EU traçaria um estudo focado no conteúdo de analista judiciário (mais abrangente) e nas últimas semanas passaria o olho nas matérias específicas de técnico (Orçamento e Administração Pública). No último concurso, a nota de corte de técnico foi bem baixa para média de TRT's ficou em torno de 69% (último nomeado, 294º). Ou seja, dá para tentar atingir esse percentual com uma estratégia de pontuar bem nas matérias comuns e ir para salvar as questões fáceis nessas matérias específicas.
Perceba que essa avaliação é individual e deve considerar o seu momento profissional e também os conteúdos das provas que você vai fazer. Sem dúvida, existe um certo custo de oportunidade em se preparar para duas provas diferentes. Basicamente, se você decide fazer também a prova de técnico pode reduzir um pouco o nível de preparação para analista judiciário seja porque vai precisar queimar algumas horas estudando, no caso do concurso do TRT11, disciplinas como Administração Pública e Orçamento (matérias que não constam para AJAJ) ou até mesmo em razão do desgaste com as provas que muitas vezes são feitas no mesmo dia ou em dias seguidos. A avaliação se vale a pena ou não pagar esse custo de oportunidade deve ser feita por você, repito, dentro da sua realidade profissional e pessoal.
Por oportuno quero comentar uma inverdade recorrente: muita gente diz que é mais fácil passar para Analista Judiciário do que para Técnico Judiciário em razão da concorrência. Não é verdade. De fato, é mais difícil, por exemplo, conseguir a 40ª colocação para técnico judiciário do que a 40ª colocação para analista administrativo. Além disso, podemos afirmar que existe um número bem maior de candidatos preparados para os cargos de técnico do que de analista. Entretanto, pessoas que reproduzem essa inverdade desconsideram que com a 40ª colocação de técnico você está muito provavelmente dentro do TRT e com a 40ª colocação para analista administrativo você praticamente não tem chances de nomeação.
O número de nomeações de técnico supera em mais de 15 vezes o número de nomeações de analista administrativo e em mais de 2 vezes o número de analistas judiciários. Dito de outra forma, é mais difícil conseguir uma colocação perto do topo de técnico, porém é muito mais difícil conseguir uma nomeação como analista. A nota de corte revela que é mais difícil entrar como analista do que técnico. No último concurso do TRT11, a nota de corte de técnico judiciário do último nomeado ficou em 69% ao passo que o de Analista Judiciário ficou em 85% e de Analista Administrativo ficou em 81%.
Assim, caso esteja buscando um concurso como escada, acredito que é preferível focar em técnico em razão do número de nomeações que ocorrem durante a vigência do concurso.
De todo o exposto, deixo as seguintes considerações para ajudá-los nessa decisão:
1º) Acredito que vale a pena fazer provas para cargos diferentes quando existe um número razoável de matérias em comum. Já cansei de ouvir histórias de aprovação de candidatos que focaram em um cargo e passaram para outro. Especificamente no caso do concurso do TRT11, acho que é sim possível conciliar os estudos de técnico e analista, pois a maior parte das matérias é igual.
2º) A preparação deve ser focada em apenas um dos cargos (o cargo mais adequado para o seu momento de preparação,profissional e pessoal).
3º) O estudo para as matérias específicas do outro cargo, que não é o alvo, só deve ocorrer: a) se houver tempo disponível suficiente, b) Deve ser bem objetivo e superficial, c) Restrito a poucas semanas antes da prova,
Caso opte por fazer as duas provas, não deixe de fazer simulados com provas em condições idênticas ao que enfrentará no dia de prova. Se for fazer prova de técnico judiciário de manhã e de analista judiciário na parte da tarde, por exemplo, seus simulados devem ter provas de manhã e de tarde. Você deve estar habituado ao desgaste que terá no dia de prova.
Bem é isso galera. Espero que tenha gostado do artigo.
Caso tenham dúvidas, já sabem, né? Só mandar pra gente no Fale Conosco.
Além disso, recomendo fortemente para quem está se preparando para concursos da FCC que dê uma olhada no levantamentos que fizemos da lei 8.666 aqui no site: "8.666 - segundo a FCC 2016" .
E, por fim, para os que se preparam para os TRT's da FCC tem o Raio-x da FCC.
Um grande abraço.
Marcelo Henrique