Sempre me peguei pensando o que tornava a preparação para concurso algo tão difícil.
A quantidade da matéria e o nível crescente de dificuldade das provas podem parecer a resposta mais óbvia. No entanto, esses fatores nem de longe conseguem sintetizar o esforço necessário para ser aprovado.
Em minha humilde opinião, mais de 70% de uma aprovação depende de controle emocional.
Pode parecer clichê e, talvez até seja, mas saber controlar as emoções para manter uma rotina consistente de estudos é a parte mais difícil.
Na visão de um leigo distante, é apenas sentar e estudar por 2 anos e sair ganhando mais de 20 mil por mês. Na pele de um concurseiro, é controlar a ansiedade em razão da incerteza de um edital, é controlar a frustração diante dos assuntos difíceis, é controlar o desespero diante das notícias.
Em um mês temos suspensão de concursos, no outro é o limite de gastos com pessoal e agora, superando tudo que se podia imaginar, uma pandemia que ameaça a própria vida...
Tenho acompanhado com tristeza o avanço dessa doença e os impactos nos concursos públicos.
Ao falar com vários e vários ex-alunos, aprovados no concurso anterior do IBGE, senti a preocupação deles agora quanto a incerteza da duração do contrato. Muitos que imaginavam ter um trabalho garantido pelos próximos 5-6 meses podem ter a rescisão anunciada ainda esse mês. Em outros casos, alunos que colocavam todas as fichas no novo concurso (para mais de 200 mil vagas) como forma de fugir do desemprego viram-se sem alternativa.
Vivemos tempo difíceis e cada um de nós carrega os próprios desafios a serem superados.
Nesses dias cinzas, penso sempre que estou fazendo o que posso e que nada não mais me resta. Diante de muitas circunstâncias, não há nada o que se possa fazer senão aguentar a tempestade passar.
Dias bons e ruins se alternam. Em todos eles, mantenha a serenidade necessária para continuar.
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